Rapidinhas

– O título do novo Indiana Jones será Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull (numa tradução livre, algo como Indiana Jones e o Reino do Crânio de Cristal). Se por um lado acaba com os boatos de que o quarto filme envolve a cidade perdida de Atlântida, por outro parece que se trocar o “Indiana Jones” por “Didi” teremos um filme dos trapalhões;

– Hollywood de vez em quando resolve mexer no vespeiro: vem aí um remake de Karate Kid. Só espero que não troquem o “pintar a cerca” por algo tipo “fazer uma montagem no photoshop”;

– Parece que uma cena que não foi utlizada no filme Superman – O Retorno pode aparecer na continuação. Caso vocês pensem “Uau, até o cinema estadunidense está reciclando”, devo dizer que não é a primeira vez que isso acontece: todas as cenas utilizadas em Quarteto Fantástico foram reutilizadas em Quarteto Fantástico 2.

– A atriz Jessica Biel recusou o papel de Mulher-Maravilha no filme da Liga da Jutiça, que está prestes a entrar em produção. Tristeza geral no mundo;

– O diretor/nerd Quentin Tarantino disse que Inglorious Bastards, projeto que se passa na Segunda Guerra Mundial, deve ser seu próximo filme – no entanto, de acordo com ele, ainda falta um ano para acabar o roteiro (mas a mídia especializada já considera a obra genial). Brincadeiras à parte, genial seria se ele colocasse Bruce Willis, Schwarzenegger e Stallone nos papéis principais, como alguns boatos – já desmentidos – indicavam;

– Imagens de Jogos Mortais IV caíram na rede. Sim, haverá um quarto filme da série. Não, eles não sabem quando parar.

Transplante de língua

Conforme aprendemos (?) na faculdade, sempre que surgiu um novo meio de comunicação houveram tentativas de se adaptar a ele linguagens já usadas em otros meios. Foi assim dos impressos para o rádio, do rádio para a TV, e agora de todos eles para a internet. Estas tentativas são naturais, pois leva tempo até que o novo meio encontre uma linguagem própria. E no momento que estamos na Web, é interessante ver o que já fracassou e o que está dando certo.

Entre os fracassos, destacam-se os banners do tipo pop-up (interromper o conteúdo pra mostrar publicidade) e o modelo de pagamento de assinatura (em troca de acesso a conteúdos exclusivos); ambos tem aceitação e eficiência questionáveis. Entre os sucessos, uma das coisas mais legais que estão surgindo são os infográficos interativos.

Vejam os do G1, por exemplo. Desde sua estréia um ano atrás, o portal de notícias tem investido em infográficos interativos para ilustrar e várias reportagens: como se abriu a cratera do metrô de São Paulo, como estavam envolvidos os políticos do mensalão, como o aeroporto de Congonhas se transformou no que é, como foi o eclipse lunar, como se deu o acidente que matou a princesa Diana, como bandeirinhas enxergam um impedimento, e assim por diante.

Seja em jornal ou revista, nos infográficos existe sempre a relevancia com a pauta das notícias do momento (acidentes, tragédias, escândalos políticos, fenômenos naturais, etc) e o intuito de contextualizar as informações, enriquecendo-as. Porém, só na Web os infográficos podem ter audio, video e interatividade, além de links para outros sites com mais informações.

No Brasil, a Superinteressante e a Mundo Estranho se destacam entre as revistas com ótimos infográficos mas, na internet, é preciso que se reconheça o G1 como um dos únicos – senão o único – portal de notícias que aprendeu a falar a lingua do meio em que se encontra. Vale a pena ver como são feitos os infográficos do G1, principalmente se você for jornalista, ilustrador, designer ou webdesigner e se interesse por este tipo de criação. E pra quem não se interessa, vale a pena também, afinal, duvido que você saiba como a Rússia treina seus astronautas antes de enviá-los a Marte.

Sobre futebol I

Ao contrário do que gostam de apregoar os comentaristas e torcedores do eixo Rio – São Paulo (e ecos de tais bobagens podem ser ouvidos do Milton Corrêa ao Estrela D’Alva), futebol não é arte. É, sim, um esporte, que muito se diferencia da arte, por diversas características próprias.

– Futebol é uma atividade de contato físico um tanto intenso. Isso só se aproxima da arte se você considerar filmes pornográficos como atividade artística. Pessoas se lesionam jogando futebol, não pintando quadros;

– O futebol tem regras claras e bem definidas, que todos devem seguir para o bom andamento da partida. E para um controle dessas regras, há um juiz, dois bandeirinhas e um 4o árbitro. Em compensação, não há juiz que, em uma apresentação musical, diga para um cantor “Desafinou! Cartão amarelo! Mais uma e vai pro camarim mais cedo”;

– Há também um objetivo muito claro no esporte bretão: fazer mais gols do que sofrê-los. O time todo trabalha em função desse objetivo, e quando ele é atingido regularmente o time se destaca. A arte, pelo contrário, não possui objetivo, pelo menos não em termos, digamos, “objetivos”; na verdade, possui tantos objetivos, e seus objetivos são tão “subjetivos”, que é impossível definir um objetivo claro como o do futebol;

– Por último, futebol é uma coisa que a “massa” entende e da qual a “massa” gosta, ao contrário da arte. Sem sentidos pejorativos à palavra “massa”, longe disso; mas convenhamos, públicos de futebol são, em geral, muito maiores do que públicos de saraus literários. E existem muito mais escolinhas de futebol do que conservatórios de música.

Por todos esses motivos, acredito que a punição de 120 dias a Coelho, do Atlético-MG, pela trombada no Foca Amestrada Kerlon, do Cruzeiro, é injusta. Não estou pregando a violência nos estádios, longe disso; mas uma punição deveria ser aplicada também ao Atleta Circense Kerlon que, com seu dito “futebol-arte”, desrespeita e mexe com os brios dos adversários. Para pessoas com o talento dele – conduzir uma bola quicando na cabeça – existem outros palcos, como o Circo Stankowich ou o Se Vira nos 30, do Faustão. Estádios foram feitos para partidas de futebol.

Ah, e que conste ainda: futebol é um neologismo originário de seu irmão inglês football. Ou seja, bola no pé. Não equilibrada sobre a testa.

Considerações Randômicas

Coluna atrasada, com título roubado do André e com pequenas notas sobre superficialidades. Monografia, trabalho e preguiça dão nisso.

Sem fazer alarde, Microsoft permite que usuários do Vista retornem ao XP [IDG Now!]
Isso é o que eu chamo de “confiança no produto”. Apesar de não ser um péssimo sistema operacional, o Vista é “diferente” demais, e o pessoal tá rejeitando. Já pensou se o primeiro “Service Pack” pro Vista deixar ele igualzinho ao XP? Irônico.

Esperma de salmão melhora emissão de luz em LEDs [Terra]
Alguém pode me explicar como RAIOS conseguiram descobrir isso? Vida de cientista deve ser uma merda.

Crianças estão insatisfeitas com próprio corpo, mostra estudo em MG [Folha]
Ok, ok, não tem nada a ver com tecnologia, mas achei pertinente destacar essa notícia por estar diretamente associado à postagem Ah, esses publicitários…. Cada vez mais me convenço que o mundo caminha para aquele vídeo. Deprimente.

Man of the Hour

As ondas da maré não pedem desculpas
Quando quebram no seu caminho
Pai, ele gostava de confrontos
Outros se afastavam
Um floco de neve cai em maio…

E as portas estão abertas agora
Enquanto os sinos vão tocando
Pois o homem do momento
Está fazendo sua última reverência
Adeus por enquanto

A natureza tem sua própria religião
Palavra da terra
Pai, ele guiou por tanto tempo
Os jovens, eles fingem
Os mais velhos, eles compreendem

E o céu se parte ao amanhecer
Derramando luz sobre esta cidade
Todos vamos chegando…
Pois o homem do momento
Está fazendo sua última reverência
Adeus por enquanto

E a estrada
Que os antigos pavimentaram
Os remendos ao longo do caminho
E os sinais enferrujados, eram apenas para mim
O amor estava me guiando à sua própria maneira

Pois o homem do momento
Está fazendo sua última reverência
Enquanto as cortinas vão baixando
Eu sinto que isso é apenas
Um adeus por enquanto

Considerações randômicas

– Futebol é realmente algo espetacular: Manchester United x Chel$ea tinha tudo para ser um jogão, mas depois de 5 minutos empolgantes no início a partida decaiu completamente – pelo menos até o ga(u)lês Ryan Giggs, aos 45′ do primeiro tempo, salvar os espectadores com um passe fantástico, uma aula de visão de jogo, técnica e categoria. Muito mais útil do que empinar a bola no nariz, e muito mais bonito também;

– Aliás, acho que a monografia está acabando com a minha vida. Juro que ontem, assistindo à partida, pensei em algo como Um breve estudo da relação entre a qualidade dos volantes, o posicionamento tático dos meias e o número de rebotes que a equipe consegue nos escanteios. Não tenho salvação;

– Uma das manchetes que saiu esses dias na Zero Hora era algo tipo “Mídia demais no caso Madeleine”. Espera, vou reformular: uma das manchetes que saiu esses dias na Zero Hora, jornal que cansou de estampar a foto da guria em proporções megalomaníacas na primeira página do noticiário internacional, era algo do tipo “Mídia demais no caso Madeleine”;

– A noite de Porto Alegre anda fraca: sábado, só porque era no meio de um feriadão e por causa de um furacãozinho de nada, não se via ninguém nas ruas. Bando de velhos esses portoalegrenses…

Como não poderia faltar… sobre CERVEJAS

E aí, pessoal, tudo bem?
Bem, tenho andado sumido (pra não dizer que estou brotando do meio do nada). Mas alguma hora eu tinha que voltar, não?
Enfim, num belo domingo (hoje, mas especificamente), após ter levantado cedo para sair, e ter sido convencido pelo meu pai e minha mãe a ficar em casa até depois do almoço, eis que sentei no computador e comecei a jogar “cáuófdúti”. Mas matar alemães (minha origem) não me satisfazia, algo pesava dentro de mim, e ficava me incomodando cada vez mais…. A minha monografia, que estava mais morta do que um dinossauro. Irritado com esse sentimento, entrei no Orkut! Tá, eu sei que parece incoerente, mas explico: existem comunidades de publicidade e propaganda e sobre televisão digital, meu alvo de monografia. Eis que clico num post dum cara, o Pedro Cabral, que falava sobre as novas tendências da propaganda. Ele fazia menção a toda essa revolução que a interatividade vem trazendo e blá blá blá. Cara, não é que foi o Insight que eu precisava pra começar a minha bendita monografia? Fiquei extremamente aliviado e feliz, comecei a escrever e já consegui expressar minhas primeiras e básicas idéias.
Tá, mas o que isso tem a ver com cerveja afinal? Bem… na real ainda nada.
O que aconteceu é que, depois de ter visto alguns dos vídeos do cara no youtube sobre o assunto, fui ver outros posts e achei o post d um cara bem interessante sobre cerveja. São aquelas velhas e manjadas pesquisas onde não se fala a marca do produto e se dá pro consumidor provar.
Eis o post do cara:

Surpreendente! Deixe sua opinião!

Dois acadêmicos do curso de Publicidade e Propaganda resolveram descobrir os mistérios da concorrência das cervejas. O primeiro passo foi levantar uma série de hipóteses:
-Skol vende mais porque é a mais veiculada em meios de comunicação
-Cerveja vende diretamente proporcional ao investimento em divulgação.
-Kaiser vende pouco devido a sua fama de ser pesada e de dar uma “puta ressaca”

Enfim, após essas hipoteses, veio uma pesquisa de campo, realizados com 100 acadêmicos da mesma universidade.
Essa pesquisa consistia em tentar confundir os bebedores de cerveja. Foram oferecidas um copo de cada cerveja para que eles pudessem dizer qual era a mais gostosa. Porém eles não sabiam qual era a cerveja q estava nos copos! Os copos não estavam identificados! Após os 100 acadêmicos terem provado as cervejas, foi-se feito um balanço dos dados adquiridos. Veja o surpreendente resultado:

-Em primeiro lugar, com 40% da preferencia, ficou a Kaiser!
-Em seguida, empatados tecnicamente vieram a Brahma e a Antarctica.
-E por fim veio a Skol com inexpressivos 15% de preferência.

Isto levou à diversas conclusões e realmente o resultado surpreendeu, inclusive os pesquisadores!
Novas hipóteses são lançadas para complementar esse mistério que é o mercado das cervejarias…

-Será que os bebedores´bebem na verdade a propaganda?
-Como fazer a Kaiser ganhar mercado?

*P.S -> as cervejas incluidas nessa pesquisa foram as Skol, Kaiser, Brahma e Antarctica.”
Disponível em: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=30761&tid=15138788
Enfim, lanço a pergunta. Será que isso se confirmaria entre nós, profissionais bebedores de cerveja? E outra pergunta: será que as pessoas não diferenciariam a tão idolatrada pelos porto-alegrenses, POLAR?

E surge aqui mais uma pergunta…. Como ficarão as propagandas de cerveja dentro do contexto que se forma da nova tv digital interativa pública no mercado brasileiro? Será que no meio da programação, em uma novela por exemplo, aparecerão janelinhas estilo PIP com bundas e cervejas?
Bem, por hora é só, mas faço a proposta de fazermos o mesmo testo com cervejas e divulgarmos aqui os resultados.
Abraços, Rafael.

Histórias

Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (Big Fish)
5/5

Direção: Tim Burton
Roteiro: John August, baseado em livro de Daniel Wallace

Elenco
Albert Finney (Edward Bloom)
Ewan McGregor (Edward Bloom – jovem)
Billy Crudup (Will Bloom)
Jessica Lange (Sandra Bloom)
Alison Lohman (Sandra Bloom – jovem)

Engraçado e emocionante. Como todos os grandes filmes.

Quando seu pai fica doente, Will volta para casa para finalmente conversar com ele após 3 anos sem se falarem e, no meio de tantas histórias fantásticas, tentar descobrir quem ele realmente era.

Economizando tempo, então: o visual do filme é absurdamente espetacular. Tim Burton tem um grande olho para a composição de quadros e isso, somado a uma direção de arte tão criativa e certeira como o Romário na grande área, resulta em sequências lindas (pessoalmente, a minha preferida é quando Edward Bloom encontra o amor de sua vida). Além disso, o diretor conta com um elenco entrosado, e tanto Ewan McGregor quanto Albert Finney possuem carisma suficiente para fazer o espectador torcer pela personagem.

Já o roteiro, igualmente inventivo, nos leva a passear por situações incríveis – e, mesmo com tantas histórias diferentes, consegue manter uma narrativa coesa, sem soar “episódico” demais. A cada circustância nova, trabalha para expor ou manter as características do protagonista, muitas vezes de forma claramente exagerada, mas ainda assim extremamente cativante. Seja na pequena Ashton, no circo, em Espectro ou na Ásia, o que a película mostra é alguém tão certo de suas convicções e habilidades que sempre tem uma solução (como ele mesmo diz, Apenas um tolo não enxergaria a derrota. Mas acontece que eu sempre fui um tolo).

No entanto, mais do que uma grande história, Peixe Grande é um tributo de Tim Burton às fantasias: reparem como os “causos” contados por McGregor/Finney sempre são mais bonitos, iluminados e coloridos do que a “vida real”. Assim como o diretor, Edward Bloom pega a realidade e a transforma em algo imaginativo, divertido, algo memorável. Na busca por descobrir quem realmente era seu pai, Will descobriu o que já devia saber: seu pai era alguém que amava tanto a vida, seus caminhos e sua família, que fazia deles o seu próprio conto de fadas. E o momento em que Will percebe isso, deixando-se levar sutilmente pela fantasia e descobrindo que o mundo verdadeiro de Edward Bloom sempre foi o inacreditável, chega a arrepiar de tão emocionante.

Porque, afinal de contas, o mundo é isso mesmo, chato e irritante. São as pessoas que tornam ele especial.

Casados

Acho que dá pra pensar na relação entre povo e governo como a de um casal em certos pontos. Como em toda relação, é preciso ceder em alguns momentos para poder ganhar em outros, conseguindo assim estabelecer um convívio harmonioso.

A noticia que li hoje de manhã traduz bem essa analogia: na mesma página, votação aprova prorrogação da cobrança da CPMF e câmara vota pelo fim das sessões secretas.

Partindo do começo, pra quem não sabe: Medida Provisória é uma espécie de lei tapa-buracos. Essas medidas são menos burocráticas do que as leis convencionais e têm caráter de urgência, por isso são rapidamente votadas. Como o nome já diz, essas medidas têm prazo de validade. Mas como nem tudo é tão claro assim, o pessoal aproveita pra fazer dessas medidas verdadeiros pacotes de leis; e por mais que uma não tenha nada a ver com a outra, elas acabam se tornando farinha do mesmo saco.

Foi o que aconteceu na votação de ontem. A mesma sessão que manteve a cobrança do imposto, decidiu pelo fim do voto secreto. Ambas estavam no mesmo pacote, e a aprovação de uma dependia da outra. Quer dizer, a mão que bate é a mão que alimenta. Ou, voltando ao nosso exemplo, o povo continua sendo o corno, mas pelo menos não vai mais ser o último a saber.

*a medida provisória em questão ainda tem que passar por três novas votações para vigorar.