Pra Comer com os Olhos

Esta semana o McDonald’s divulgou um vídeo explicando o porquê de o super sanduíche anunciado nas propagandas e fotos ser tão diferente do lanchinho rançoso e tristonho servido em suas lojas. Desde “Um dia de fúria”, filme com Michael Douglas, as pessoas repetem essa comparação como um mantra. Como se fosse o maior absurdo do mundo!
O que eu mais ouço por aí quando vejo alguém de fora do ramo falando sobre publicidade é a expressão propaganda enganosa. Além do caso do McDonald’s, um exemplo bem popular é o do saco de ar da Ruffles. Aliás, esse é o mais descabido! No pacote ta escrito 100g de batata, e não 200ml! O pacote pode ter o tamanho da bunda de uma Panicat, se dentro dele vierem 100g de batata frita, eles estão entregando exatamente o que prometeram.
Mesmo olhando como consumidor eu sou favorável às fotos produzidas dos produtos. O sentido em que mais confiamos é a visão. Por isso, até pra vender comida, quando o que mais deveria importar é o gosto que a iguaria tem, é, sim, preciso uma apresentação bonita. Se as redes de fast food colocassem hambúrgueres desalinhados e enrugados em seus anúncios, eu não teria a menor vontade de experimentar.
No entanto, depois que eu experimento a comida o que vale é o sabor, e não o aspecto maquiado e bem penteado que ela tenha. É a relação entre minhas papilas gustativas e a combinação de ingredientes da guloseima que vai dizer se eu vou continuar ou não comendo em determinado restaurante.
Normalmente quem reclama dessas coisas são justamente as pessoas que mais consomem esses produtos. Provou, gostou, vai continuar comprando? Então para de reclamar! E voltando ao exemplo do salgadinho, o que seria mais sedutor na prateleira do supermercado? A bunda da Panicat ou um saco murcho de batata?