Quando a gente nasce, escolhem um nome pra nós, de acordo com a classe social ou algum outro critério bizarro (a soma dos nomes dos pais, por exemplo), e quando o cara cresce ele até pode mudar de nome, mas não pode mudar pra, digamos, Capitão Marvel, pois é socialmente UNCOOL (e também porque levaria um processo da DC Comics no rabo). Depois escolhem uma religião, e uma pessoa até pode mudar de religião quando mais velha, mas terá que se contentar entre uma das opções disponíveis ou não ter religião. Ela não pode, por exemplo, acreditar que Deus desce à Terra de vez em quando pra jogar 3 dentro e 3 fora ou que as pessoas literalmente viram estrelas quando se vão.
Mês: outubro 2009
Febre de bola
Febre deixa o cara cansado, sonolento, sem vontade de fazer nada, desleixado, de cabeça baixa, um pouco tonto, enfim, completamente abatido.
U2b
Ontem o U2, banda irlandesa que dispensa links da Wikipédia no texto, fez um show no Rose Bowl, em Los Angeles. Além de celebrar as ensandecidas defesas que Taffarel fez nos pênaltis contra os italianos, em 94, o show foi transmitido através do YouTube para 16 países. Isso mesmo: centenas de milhões de dólares em equipamentos foram transformados em uns e zeros e DISPARADOS contra as casas das pessoas.
– Por enquanto, apenas imagens do público. E do palco, que parece um TRANSFORMER.
– Troquei pra um link que um amigo mandou com fotos de cheerleaders loiras. Cheerleaders loiras > U2.
– Na expectativa pra ver se aparece alguém com a camiseta do Grêmio, como sempre.
– A propósito, #u2b seria um trending topic mais afu do que #u2webcast. Da próxima vez, deixem os nomes comigo, ok?
– Tem um cara com microfone dizendo que ajudou a montar o palco. Ele literalmente ARMOU UM BARRACO lá no show.
– E o sujeito usa uma POCHETE. Maior prova de que o U2 está voltando aos anos 80.
– Vi uma bandeira do Brasil. Dou três minutos pra começar alguma ação de guerrilha promovendo as Olimpíadas 2016.
– Será que o KANYE WEST vai aparecer junto com o Obama?
– Rá, Obama acaba de ser citado por The Edge. Na mosca.
– Agora estão mostrando o guitarrista numa van, e pelas imagens na janela, o câmera é MICHAEL MANN filmando Colateral 2.
– Acabei de ver um cara com uma camiseta do Nirvana. Esse vai ter uma decepção enorme quando ver qual banda vai subir no palco.
– Vai começar. Vejo vocês no final.
– A ISS é um BRINQUEDO DE LEGO perto desse palco, fato.
– BELÍSSIMO plano-sequencia mostrando a entrada de Larry no palco. Digno de P.T. Anderson.
– Alguém AUMENTA O VOLUME DA GUITARRA DO THE EDGE, porra!
– Aumentaram =D
– Bono acaba de FALHAR MISERAVELMENTE em um falsete durante Misterious Ways.
– Beautiful Day chutou a bunda de tudo e todos.
– Me atirei ao chão e chorei um OCEANO com Still Haven’t Found / Stand by Me.
– Bono COMPLETAMENTE EM CHAMAS durante No Line. Cuspiu até a terceira fileira de pessoas enquanto cantava, fato.
– IN A LITTLE WHILE! IN A LITTLE WHILE! ADEUS, MUNDO!
– Apareceu um astronauta no telão. Provavelmente era o DONO do palco pedindo ele de volta.
– Minha nossa. Until the End of the World = FATALITY ABSOLUTO.
– De onde saiu essa COLMÉIA ELETRÔNICA durante The Unforgettable Fire? o.O
– Meus cinco sentidos foram ANIQUILADOS por Vertigo. Terei que assistir ao resto do show apenas com a INTUIÇÃO.
– Tão dispensável quanto o Robinho esse remix de I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight.
– Acabou a primeira parte. Vamos ver se os ianques sabem cantar “Mais um, mais um!”.
– O mundo não fica muito maior do que Where the Streets Have no Name.
– Bacana essa jaqueta LASER do Bono. Mas por que ele tá cantando em um VOLANTE DE AUTOMÓVEL?
– Ultraviolet ruleou demais. With or Without You idem. Bom ver que algumas canções continuam maiores do que o palco.
– Bah, Moment of Surrender. Que forma mais XOXA de encerrar o show. Tipo de música que o Puff Daddy cantaria
– Enfim, acabou o minuto-a-minuto. Vou dormir e rever tudo no u2b amanhã.
– E por favor, não me denunciem ao Sr.Twitter como flood, ok? Grato.
Curtas
Piratas do Rock – 3/5
Vida em sociedade
Fui assistir The Time Traveler’s Wife hoje (legal, Rachel McAdams simplesmente encobre o resto do mundo com sua beleza e carisma). Sendo eu um uma pobre vítima da crise econômica e não possuindo um CARANGO próprio (ok, nem mesmo uma carteira. Satisfeitos?), chafurdei pelo shopping (shopping tem que ser em itálico?) até encontrar um táxi. Após uma deliciosa simulação de um F-14 TOMCAT durante o trajeto, onde a velocidade do som foi quebrada tantas vezes que ela deve estar parecida com o Rocky agora, o taxista me deixa na porta do prédio, mas não sem antes me inteirar dos últimos acontecimentos na cidade:
Encore Break
Sorocaba não é Seattle. Não possui a chuva constante e nem o cinza característico da cidade estadunidense, muito menos uma torre enorme com um disco voador em cima – no entanto, assim como ocorreu no lar de Jimi Hendrix no início dos anos 90, a vizinha da capital paulista começa a ecoar ares de um rock renovado.
Enquanto o hype segue pulverizando bandas de terninho ao longo da mídia, Sorocaba vê nascer, bem debaixo do seu nariz, uma alternativa. Pois o rugido da Encore Break é alto e mergulhado na pureza visceral que só o roquenrol consegue construir. Formada em 2006, a banda traduziu no seu primeiro EP, About…, aquilo que a música tem de melhor: sinceridade. Caminhando de mãos dadas com o rock dos início anos 90, a Encore Break desfila frases de guitarra certeiras, melodias cativantes, vocais emocionados e aquela força que remete aos tempos onde as pessoas achavam que a música podia mudar o mundo. Canções inspiradas, que falam sobre temas universais e não se limitam a uma espécie de gênero ou rótulo: embaladas em criatividade, as obras da banda podem até fazer referência e reverência a alguns artistas (de cara, Pearl Jam, Soundgarden, Neil Young, Creedence, Johhny Cash), mas criam uma atmosfera própria.
E é palpável também a vontade dos integrantes, que reverberam cada nota com a importância que elas merecem. Pois isso traz à tona a paixão que eles têm pela música. A vontade de fazer a diferença. A Encore Break está aí para não se render aos rótulos limitados, nem se enveredar pelo caminho mais fácil. A banda veio para desenhar por cima das linhas e caminhar pelas estradas de terra.
Sorocaba pode não ser Seattle, mas os ares de lá trazem barulho e melodia e força e criatividade e paixão. Como dizem os versos de Song of Today, “Now it’s our time / Our time to breath”.
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Release que eu escrevi pra Encore Break. Vai lá na página dos caras na Trama Virtual, baixa as músicas, põe o som no último volume e prepare-se para o impacto. Caso não seja possível parar de pular alucinadamente pela sala enquanto rola Song of Today ao fundo, sugiro chamar os bombeiros – pular abraçado com outras pessoas é sempre mais legal.
Frases de efeito
Assistindo à Warner Channel esses dias, peguei a chamada daquele seriado, Cold Case, que termina com a seguinte frase: “porque a Justiça jamais esquece”.
Welcome to the machine
Hoje, após PUXAR FERRO na academia (sou da MAROMBA, como vocês podem imaginar), decidi que estava um dia agradável para esticar as pernas dando uma corrida. Na esteira e tal, porque correr na rua é coisa de aluno da educação física metido a saudável ou de trabalhador que faz o trajeto banco-casa após retirar seu salário.